domingo, 27 de março de 2011

Sobre a dor.

O que é a dor? O que a causa? Por que a sentimos? Como curá-la?

Dor de cabeça, dor de dente, dor de cotovelo.

Dor no corpo, dor na alma.

Dor fraca, dor forte, pulsante, latejante. Excruciante.

Eu não sinto a sua dor. Sinto as minhas.

sexta-feira, 25 de março de 2011

domingo, 13 de março de 2011

Tá acabando!

 

     Meu período de paz solitária está acabando, amanhã as meninas voltam e a Rep Auer volta à sua rotina.

     Para tal, até passei pano na casa e dei uma ajeitada só pra não dizer que eu consigo viver em condições subumanas de organização.

    Saldo da semana: multa no aluguel, uma bananeira caída (2 cachos teoricamente salvos), um vidro de molho de carne quebrado, 2 tigelas de musse de maracujá, 1 hidratação no cabelo, muita pipoca, vários filmes (“Ele não está tão a fim de você” pela enésima vez), 1 strogonoff e suas consequências, 1 panela de feijão, 1 frango com muita pimenta, 1 receita publicada no TudoGostoso (Essa aqui!), 1 cadeira quebrada, uma supresa boa de mamãe, várias picadas de pernilongo por ser o único suprimento de sangue presente, apenas 1 livro lido, 1 ataque de alegria, 1 ataque de solidão, 1 ataque de carência, 20 cds baixados, mais de 700 pontos no Yahoo respostas, 1kg a mais e uma diminuição na dor no pulso.

      Foi um tempo pra dar uma pensada, desabafei um pouco aqui (alguém lê?), tomei umas resoluções, como a de tentar começar a fazer ioga.

     Pensando bem, foi bom eu ter ficado aqui, além de ter economizado 120 pila de passagem, vi que a solidão total pode levar a maiores devaneios.

 

     Vídeo de hoje: Alta noite, Arnaldo Antunes.

sábado, 12 de março de 2011

Só pela música

   Acordei nem um pouco inspirada, só vou postar a música de hoje, às vezes me identifico com ela… e muito.

Você só me fez mudar mas depois mudou de mim…

quarta-feira, 9 de março de 2011

terça-feira, 8 de março de 2011

     Ficar sozinha faz mal à lucidez.

Dia da Mulher, eba!!!

 

Mais um trecho de “Perto do Coração Selvagem” de Clarice Lispector…

     “Joana. Joana, pensava o homem aguardando sua vinda. Joana, nome nu, santa Joana, tão virgem. Como era inocente e pura. Via-lhe os traços infantis, as mãos eloquentes como as de um cego. Ela não era bonita, pelo menos desde homem nunca sonhara com aquela criatura, nunca a esperara. Talvez por isso a tivesse seguido tantas vezes na rua, mesmo sem aguardar seu olhar, talvez… Não sabia, gostara sempre de vê-la. Não era bonita. Ou era? Como saber? Tão difícil descobrir como se nunca a tivesse visto, como se não a tivesse abraçado tantas vezes. Uma ameaça de transformaçãono rosto, nos movimentos, instante por instante. Mesmo no repouso ela era alguma coisa que ia se erguer. E o que entendia ele agora e sentia tão milagrosamente, como se ela lhe tivesse explicado? – perguntava-se. Fechou os olhos, os braços ao longo da cama. Mas apenas até o momento em que soassem os passos de Joana lá fora. Porque ele nunca ousara abandonar-se em sua presença. Inclinava-se sobre ela, esperava-a cada segundo, absorvendo-a. Não se cansava, porém, e aquela atitude não lhe tirava a naturalidade. Apenas lançava-o numa outra até então desconhecida. Ele era dois, agora, mas aos poucos seu novo ser nascente crescia e dominava o passado do outro. Apertou os lábios. Parecia-lhe que misteriosamente havia lógica em ter experimentado certas torturas, as serenas baixezas, a falta despreocupada de caminho, para agora receber Joana enfim. Não que o tivessem alguma vez impelido para a lama e contra seu desejo, não que se julgasse um mártir. Jamais aguardara solução. Mesmo quanto às mulheres, que ele espiava, espiava e largava. Mesmo aquela mulher na casa de quem ele agora se instalara preguiçosamente, apesar de mal suportar sua presença, uma sombra cansativa e terna. Ele caminhara sobre seus próprios pés, o corpo consciente, experimentando e sofrendo sem ternura para consigo mesmo, tudo concedendo friamente, ingenuamente à sua curiosidade. Considerava-se até feliz. E agora viera-lhe Joana, ele, Joana que… Quis acrescentar ao pensamento confuso mais uma palavra, a verdadeira, a difícil, porém, assaltou-o de novo a ideia de que não precisava mais pensar, não precisava de nada, de nada… ela viria daqui a pouco. Daqui a pouco. Mas escute: daqui a pouco… Era assim: Joana o libertara. Cada vez mais ele necessitava de menos para viver: pensava menos, comia menos, dormia quase nada. Ela era sempre. E viria daqui a pouco.”

(…)

Homem mais dependente este, não?

 

 

Música de hoje:

Hoje vivo muito bem sem sua boca e sozinho não conheço mais a dor.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Tô lendo: Perto do Coração Selvagem–Clarice Lispector

Pra não emarasmar mais ainda meu carnaval, resolvi por a leitura em dia. Clarice lispector escreve muito intensamente e com muitos rodeios, tem hora que a gente se perde na leitura, tendo que reler o trecho para entender o que ela quis dizer.

Trecho do livro:

(…)

   Mas tudo o que ela pudesse dizer não bastava. Ela estava vivendo, vivendo. Espiou-o. Como ele dormia, como existia. Nunca o sentira tanto. Quando se unira a ele, nos primeiros tempos de casada, o deslumbramento lhe viera de seu próprio corpo descoberto. A renovação fôra sua, ela não transbordara até o homem e continuara isolada. Agora subitamente compreendia que o amor podia fazer com que se desejasse o momento que vem num impulso que era a vida… – Sentia o mundo palpitar docemente em seu peito, doía-lhe o corpo como se nele suportasse a feminilidade de todas as mulheres.

    Silenciou de novo olhando para dentro de si. Lembrou-se: sou a onda leve que não tem outro campo senão o mar, me debato, deslizo, vôo, rindo, dando, dormindo, mas ai de mim, sempre em mim, sempre em mim. De quando era aquilo? Lido em criança? Pensado? De súbito recordou-se: ainda agora pensara-o, talvez antes de encostar o braço no de Otávio, talvez naquele momento em que tivera vontade de gritar… Cada vez mais tudo era passado… E o passado tão misterioso como o futuro…  (…)

 

 

 

 

Música de hoje: Zé Ramalho – Garoto de Aluguel

Nada me preocupa de um marginal…

sábado, 5 de março de 2011

Sinto a batucada se aproximar, estou ensaiado para te tocar…

   Meu primeiro carnaval totalmente na paz, em casa, sem balada e principalmente sem visitas (parentes, eu amo vocês, mas nem sempre).

   Fiz as contas e vi que compensava mais eu ficar por aqui mesmo do que gastar com passagens para casa. Bom negócio, deu pra comprar um travesseiro mais legal!

   Tudo pronto para o meu carnaval solitário: uma big lista de reprodução com umas 100h de música que eu gosto (não o que tá tocando alucinadamente nas ruas!), um travesseiro gostoso e duas tigelas de mousse de maracujá.

   Comecei bem, quebrei minha cadeira ontem, de tanto ficar balançando nela. Acho que em abril eu compro outra…

   Meu sábado foi interessante: fiz uma hidratação no cabelo, coisa que raramente faço; almoço relativamente caprichado, tarde beeeeem divertida, pipoca e TV, comédia romântica (chorei, confesso), crochê frenético pois o bebê do meu amigo nasce esse mês… tá lindo o casaquinho, postarei uma foto dele pronto.

   Depois deste dia anormal, eu e meu cabelo hidratado, damos nossa mensagem de carnaval:

O meu corasamborim…