Eu gosto de você, ciência exata,
Pelas razões do amor que considero:
Da saudade, ao lhe ver, me recupero;
Da solidão, o seu olhar me trata.
Nos pensamentos, onde a gente empata,
Não há desilusão, nem desespero,
E os versos simples deste meu bolero,
Em sua voz parecem serenata.
No sono, eu enumero outros quesitos –
Nesse palco de mundos infinitos,
Onde os nossos destinos são iguais.
E, em meio a sonhos bons, minh’alma encosta,
Como se já soubesse, na resposta
Dessa equação que lhes fará reais.
Bernardo Trancoso